Não dá para brincar de faz de conta como as crianças, na hora da educação dos filhos. Queira ou não, é responsabilidade, dever, obrigação, aprendizado, experiência, alegria e manifestação de sentimentos inimagináveis.
É comum acontecerem desafios diários no relacionamento com a geração seguinte e essa dificuldade é sentida por pais, professores, avós, etc, que participam ativamente desse período de ensino. Muitos questionam se precisa ser assim, por que será que a cada fase dá a impressão de que piora?
Há uma ingênua esperança na maioria dos pais, que dizem que “vai dar tudo certo”, que determinado problema ou desafio “é normal, é só uma fase” e então, ficam admirados quando não dá certo, quando a situação não passa da noite para o dia ou quando tudo vai se emaranhando cada dia mais.
Para cada profissão há uma formação específica, um tempo de dedicação e aprendizado sobre aquela área. Já imaginou como seria se alguém colocasse pessoas leigas, sem formação pedagógica específica para dar aulas aos nossos filhos, deixando que eles agissem como se bem entendessem e não se importando com as singularidades de cada fase do desenvolvimento deles? E se os médicos, dentistas, farmacêuticos fossem por “rumo” ou “hipóteses” na hora de um diagnóstico, cirurgia, medicação?
Enquanto isso os verdadeiros educadores de gerações, os pais, continuam sendo “amadores” praticando muitas vezes uma educação de forma casual, na comparação com situações muitas vezes adversas a atual realidade de ambiente, de personalidade, de sistema familiar. Feita de improviso como num jogo de roleta russa acabando desprovida de qualquer qualidade e instrução.
Eu acredito que filhos são realmente um presente de Deus (na Bíblia Salmos 127,3 fala sobre isso). E como um presente precisamos levar de forma séria, respeitosa, sabendo entender como funciona esse presente e a melhor forma de cuidarmos dele para desfrutarmos com alegria da sua presença.
Somos responsáveis pela educação que entregamos aos nossos filhos, a educação que vem do ventre, do coração à vida cotidiana. Se nós não estivermos preparados para os instruirmos, os acolhermos, os apoiarmos, outros o farão.
Precisamos refletir sobre quais objetivos nossa educação deve alcançar e que valores queremos transmitir, quais princípios serão passados e como poderemos através dos nossos exemplos diários alcançar todo esse planejamento… Isso significa que, antes mesmo do nascimento dos nossos filhos já podemos definir como vamos querer educar e transmitir tudo isso.
Sim, como pais, somos totalmente responsáveis pela educação que damos aos nossos filhos. Não se trata de transmissão de regras, normas, crenças, mas, uma atitude de coração da parte de cada cuidador, educador, instrutor de vida. Não existem fórmulas mágicas, manual de regras detalhadas, porém há várias especialidades voltadas para o desenvolvimento humano e das parentalidades. É crescente o número de livros dentro do universo familiar, com certeza você poderá encontrar vários que podem te apoiar, bem como profissionais formados para juntos traçarem planos, estratégias diante de desafios ou para te ouvir e auxiliar no seu processo de maternar e paternar.
E sou uma delas, gosto sempre de acolher, apoiar e encorajar as famílias que trabalho a entenderem qual o tipo de sistema está construindo, independente da composição dos membros de cada família, sabendo o lugar de cada um dentro deste sistema. Nem tudo é instintivo, e estudar para ser pai e mãe melhores nos traz mais segurança, autoconfiança e isso transfere aos filhos que vão crescendo com mais autonomia, independência, respeito mútuo, diálogo e escuta.
É preciso bom humor, iniciativa, uma dose extra de paciência e autocuidado para que a leveza e a experiência vivenciada a cada instante sejam aproveitadas na sua totalidade e com toda intensidade que educar os filhos nos dá.
Você não está sozinho ou sozinha. Pode optar por buscar receber auxílio para criar movimentos seguros que tragam mudanças positivas e engrandecedoras para todos! A escolha é sempre sua!
